quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Filme Sertanejo é Premiado em Festival Pernambucano


 
O cinema paraibano que já é respeitado em todo o país, vem demostrando muito fólego ao se interiorizar definitivamente com a realização de várias mostras, festivais e novas produções.
Como prova disto, no próximo dia 16 de julho, será lançado mais uma obra cinematográfica sertaneja, desta feita o filme Antoninha, a primeira ficção do diretor aparecidense Laercio Filho.
O filme foi rodado na Fazenda Acauã no município de Aparecida, local que vem se destacando como polo da produção audiovisual sertaneja e contou com uma equipe super profissional incluindo os atores W. J. Solha, Marcélia Cartaxo, Nanego Lira, Gina Barobas, Jocildo Mesquita, Marcus Barbosa e a estreante Agatha Barbosa, pernambucana residente na cidade de Sousa que atua na trama como protagonista.
fotografia do filme é assinada por João Carlos Beltrão, a produção é de Heleno Bernardo, a direção de arte de Carlos Mosca e a edição e  montagem ficou por conta de Lúcio César Fernandes.
O filme conta a história de uma grande seca verde que assola o sertão há vários anos e que obriga o Coronel João Bezerra Wanderlei (W. Solha) a pensar na possibilidade de mandar embora todos os seus moradores. Diante do problema a menina Antoninha (Agatha Barbosa) num tom de ousadia e deteminação busca resolver o problema apelando para a fé a as supertições.
O filme é resultado de uma produção conjunta da Acauã Produções Culturais através do Núcleo de Audiovisual João Carlos Beltrão e a Pigmento Cinematográfico, produtora da cidade de João Pessoa.
O filme recebeu apoio do Ministério da Cultura através da Lei Ruanet, e da Ação Microprojetos Culturais através da FUNARTE, Banco do Nordeste, Instituto Nordeste Cidadania, Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Paraíba, Prefeitura Municipal de Aparecida e Prefeitura Municipal de Sousa.
Mesmo antes do lançamanto, o filme já se encontra inscrito em vários festivais de cinema em todo o país a exemplo do 5º Cineport que este ano acontecerá em João Pessoa.
Para lançamento, será feito duas exibições. A primeira na Fazenda Acauã no município de Aparecida no dia 16 de julho as 19:30, dentro da programação da II Mostra Acauã do Audiovisual Paraibano e a segunda no dia 30 do mesmo mês  no Centro Cultural Banco do Nordeste de Sousa. ambas gratuitas e abertas a todos os públicos.
Para conferir o trailer do filme bem como toda a ficha técnica, fotos e curiosidades das gravações, é só acessar o blog www.antoninhaofilme.blogspot.com.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Nasce mais uma produção cinematográfica no Sertão

Filme Antoninha mostra que o Sertão pode fazer cinema

Em uma noite memorável, sob uma forte neblina e ao som dos aplausos de uma excelente platéia eclética de crítico cinematográfico a realizadores, curiosos e populares, o tão esperado filme Antoninha, do diretor Laércio Filho, estreou no último sábado encerrando a 2ª Mostra Acauã do Audiovisual Paraibano, realizada no período de 13 a 16 de julho na Fazenda Acauã, município de Aparecida-Paraíba.
Estrelado pela atriz pernabucana radicada em Sousa, Agatha Barbosa, no papel da protagonista e com nomes de peso no cinema paraibano a exemplo de W. Solha, Marcélia Cartaxo e Nanego Lira, Antoninha promete entrar para a lista das grandes produções cinematográficas da Paraíba.
O filme foi roteirizado e dirigido pelo produtor cultural aparecidense Laércio Filho, que contou com patrocínio do Ministério da Cultura através da Lei Ruanet, do Banco do Nordeste, da Funarte e do Governo da Paraíba através da Ação Microprojeto Mais Cultura. As prefeituras dos municípios de Sousa e Aparecida, também apoiaram a produção que é assinada pela Acauã Produções Culturais e pela Pigmento Cinematográfico.
Na ficha técnica, o filme traz grandes profissionais do cinema nordestino, a começar pelo produtor executivo Heleno Bernardo, seguido pelo diretor de fotografia João Carlos Beltrão, diretor de som Gustavo Rocha, diretor de artes Carlos Mosca, edição de Lúcio César e a finalização de Ely Marques. A música que dá nome ao filme é de autoria de Cátia de França, interpretada por ela e Xangai.
As filmagens de Antoninha foram feitas em dezembro do ano passado nas fazendas Acauã e Xique-xique, município de Aparecida. Em cinco dias de intensa produção, envolveu mais de cinqüenta profissionais e contou com a participação de moradores locais nas cenas de figuração, momento da chuva, uma das mais belas cenas que encerra o filme.
Antoninha é o quinto trabalho dirigido por Laércio Filho, que iniciou a sua trajetória no audiovisual após ser selecionado na primeira edição do programa Revelando os Brasis do Ministério da Cultura em 2004, o que o levou a produzir o documentário Memória Bendita, no ano seguinte.
Depois dessa experiência, Laércio Filho que já militava no teatro, na música e na literatura, apaixonou-se pelo cinema e de lá pra cá, dirigiu o documentário “O apóstolo do Sertão” (2008) e as ficções em um minuto “As Trapalhadas de João Teimoso” (2010) e “As Trapalhadas de João Teimoso II” (2011).
Após lançamento na Fazenda Acauã, o filme Antoninha será exibido no próximo dia 30 no Centro Cultural Banco do Nordeste e depois partirá para os festivais tanto no Brasil como no exterior, mostrando os valores da cultura sertaneja na telona.
Fotos: Felipe Elias
Ascom

sexta-feira, 1 de julho de 2011

A ESTREIA DE “ANTONINHA” por W. J. Solha


No dia 16 – sábado que vem – será o lançamento do primeiro curta-metragem de ficção do Laércio Ferreira, lá no sítio Acauã, município de Aparecida, alto sertão da Paraíba:


Depois de fazer um homem que é dono de todo o bairro de Setúbal, no Recife, em “O Som ao Redor” ( primeiro longa de Kléber Mendonça Filho ), e o de um bancário aposentado doente, em “Era uma vez Verônica” ( terceiro filme do Marcelo Gomes ), eis-me – pra encerrar 2010 - Coronel João Bezerra Wanderley, vivendo os dramas de um velho envolvido com a seca verde e uma adolescente que de verde não tem nada, lá pelos anos 30, no dito-cujo “Antoninha”, que acabará sendo dado à luz antes dos lançamentos pernambucanos, confirmando que na verdade os últimos serão sempre os primeiros:



Não vou entrar em detalhes sobre o enredo antes da estreia, mas acho que a Paraíba vai gostar da sutileza com que o roteirista-e-diretor Laércio Ferreira Filho criou os perfis da jovem Antoninha e do coronel, numa história que tem, por isso, uma simplicidade apenas aparente, fácil de assistir mas capaz de render longas análises psicológicas, econômicas, históricas, antropológicas, fílmicas, estéticas, etc, etc.
Não vou estar nessa apresentação do curta ( tem 18 minutos), porque, além de avesso a festas e eventos similares (por isso não lancei meu romance “Relato de Prócula”), eu – tal e qual Carlos Gomes, que não assistia às estreias de suas óperas – não quero estar lá pra discutir o que fiz ou deixei de fazer no filme. Conheço minhas limitações (confesso que fiquei surpreso com tanto convite pra atuar, no ano passado) e nunca estou satisfeito com o que faço. Vi o “Antoninha” quase-quase pronto, gostei da fotografia do João Carlos Beltrão, do desempenho de debutante Ágatha ( que faz a personagem titular), de Gina (que faz Idalina, esposa do Coronel), de Marcélia Cartaxo (que interpreta a mãe de Antoninha), Nanego (que faz o pai) e Marcus Barbosa (que faz o padre),  mas ponho ressalvas em minha participação, e nisso não vai falsa modéstia.



Quando o Heleno ( Heleno Bernardo Campelo Neto) me convocou para o elenco, eu estava na última semana do longa do Marcelo Gomes, no Recife, numa exaustão jamais sentida antes na minha vida (pois já vinha do filme de Kléber Mendonça), e me recusei a participar do trabalho. Heleno insistiu, mandou-me o roteiro, de que gostei muito, mas vi outro inconveniente na aceitação: achei que o papel deveria ir pra alguém não tão velho (acabo de completar setenta. Mas, bem: respeito demais o amigo Heleno, tiro o chapéu pro Laércio (figura importantíssima na efervescência cultural da região em que vive ), conversamos muito sobre a coisa toda, acabei engajado na obra. O Coronel poderia ser, no entanto, personagem bem mais fascinante do que aquele que consegui criar, e isso – imagino - resultaria num filme digno do roteiro e direção do Laércio, da produção do Heleno, do esforço de todo o elenco, bem como da equipe técnica.

É apelar pra que eu esteja enganado.


domingo, 24 de abril de 2011

ANTONINHA


 W. J. Solha

Estava na última semana das filmagens de O Som ao Redor, do Kleber Mendonça Filho, no Recife, quando fui convidado pro teste que me levaria ao Era uma vez Verônica, do Marcelo Gomes, também pernambucano. E  estava na última semana de Era uma vez Verônica, quando recebi ligação do Heleno Bernardo, convidando-me pro curta Antoninha, do Laércio Ferreira, a ser realizado no sítio Acauã, lá em Aparecida, a 400 km de João Pessoa.
- Heleno, eu não vou poder – respondi -. Estou catando cavaco,  de tão cansado. Exausto. Os dois longas foram massacrantes.
Na verdade, havia isso e mais alguma coisa: depois da inesperada oportunidade de trabalhar com dois grandes cineastas, em dois excelentes filmes, ineditamente sobre a realidade urbana contemporânea nordestina, tendo chegado à conclusão que não há bom ator sem um  script perfeito e um comando seguro, lançar-me na aventura de um curta tipo oxente, de um autor novo, seria risco demais, pois certamente botaria a perder tudo que a sorte incrível me dera nos últimos quatro meses.
- Solha, – Heleno me perguntou. – quando termina o filme do Marcelo?
- Dia 27.
- Pois então: o Antoninha começa apenas em 17 de dezembro. Você vai ter mais de uma quinzena pra dar uma boa relaxada e trabalhar co´ a gente.
Meu raciocínio, com o celular no ouvido: conheço o Heleno desde A Canga, de 2001. É um cara decente pra burro e eficiente além da conta: não mete a mão em cumbuca. E havia outro fator: a reação mais do que possível  e bastante plausível do Laércio e do resto do pessoal de Aparecida, ante minha recusa: “O cara, agora, tá de salto alto. Fez dois longas no Recife, e tal e coisa...”
- Me faz um favor, Heleno: mande-me o roteiro por e-mail. Se for bom, topo.
Cheguei em João Pessoa arrebentado. Recebi o roteiro e, apesar da estafa, achei-o... gostoso. Passível de discussões, mas verdadeiramente provocador. Mas... “Heleno, acho que esse coronel deveria ser interpretado por alguém mais moço. Vou entrar nos 70 em 2011, cara...” E ele: “Você está firme, a voz clara, não tem problema”.
Bem, e havia, a considerar, que a fotografia seria de João Carlos Beltrão. E que Marcélia Cartaxo e Nanego Lyra estariam no elenco.
- OK, Heleno. Vamos ao Antoninha.
Recebo ligação do Dowling:
- O episódio-piloto de A Arte e a Maneira de Pedir aumento ao Chefe vai ser rodado agora, de 13 a 15 de dezembro.
 Dei um tapa na testa, fechando os olhos com força:
- Carlinhos, pensei que isso fosse coisa pro ano que vem, cara. Na manhã de 16 vou ter de pegar um estradão brabo pra trabalhar num curta lá em Aparecida, pras bandas de Sousa...
Mas não poderia me recusar a ele: além do meu respeito pelo seu trabalho experimental, havia o fato de que Dowling fora  o encarregado dos testes para Era uma vez Verônica e, mesmo sem que eu comparecesse pra fazer o meu com ele, em João Pessoa - pois estava fazendo laboratório intenso com Pedro Freire pro filme do Kléber -, ele me recomendara ao Marcelo com tal ênfase,  que acabei por fazê-lo lá mesmo, em Recife.
- OK, Carlinhos.
Assim, eu estava com dois textos pra decorar, dois personagens para estudar: um, do passado – o de Laércio -, outro do futuro - o de Dowling -, e,  depois de ter vivido intensamente o presente nos filmes pernambucanos, mandava-me, agora, pro futuro e pro passado. Mas a linguagem do Arte e Maneira de Pedir Aumento ao Chefe é terrível pra ser gravada na memória e, pior ainda, interpretada. Só uma pequena amostra:
- Não abra a porta! Prefiro o contato teleológico, via nossos receptores e emissores auriculares e visuais. Garante eficâcia e transparência no trato superior-funcional.
Resultado: descanso zero.
Viajei pro sertão no dia 16, às sete e meia da manhã, caindo pelas tabelas. Terminara minha última fala do episódio de Dowling às 3 da manhã, na biblioteca da UFPB, onde fora montada minha sala HItec pelo enorme artista plástico que é o Shiko, na qual me vi cercado de monitores, um deles tomando todo o tampo de meu birô, e  em que eu assistia aos movimentos de várias salas e da minha secretária, a  Srta. K. com quem dialogava. Corre-corre,  vários atrasos, em muitas cenas minha participação acabou sendo somente  a da voz, pelo que brinquei:
- Depois dessa vou mudar meu nome artístico para Bóris Karl-off.
Além de Marcélia e Nanego, contracenei com três neófitos cinematográficos locais, em Acauã: Gina, que fez o papel de minha esposa; Ágatha, filha dela, que fez Antoninha; e Marcos - irmão de Gina, tio de Ágatha - que fez o Padre. A Paraíba ganhou três ótimos atores consanguíneos, com o curta. E tudo no vapt-vupt. Cheguei ao set, Marcélia nos perguntou :“Vamos bater o texto?” Resquícios de  teatro, em Gina e Marcos, ficaram  evidentes. Mas bastou que se dissesse:
- Vamo-nos soltar do roteiro e transformar os diálogos em bate-papo. Esqueçam todas as pessoas que estão ao nosso redor – ensinou Marcélia.
- ... E falem COMIGO – eu disse -  de modo que apenas eu os ouça.
- Lembrem-se de que terão microfones de lapela que transmitirão até seus sussurros e respirações.
- Marcos: aproxime-se mais de mim. Aqui, no tête-à-tête. Mais.
A transformação deles foi tão evidente quanto imediata, e foi muito bom vê-los muito felizes com isso.
- Antoninha – observei, em certo momento, -  você está fazendo que está olhando para trás e para os lados, cautelosa, mas estou vendo que na verdade não está olhando nada. Olhe de veras. O foco da visão muda de  quando você de fato vasculha algo a dez metros, para outra coisa, a trinta. Tá vendo aquela furna no mato, do outro lado do poço? Olhe mesmo pro buraco. Agora olhe aqui, à direita, praquela touceira ali.  Verifique, mesmo, se não há ninguém escondido lá. Percebe a diferença?
- Hã-ham.
Bastou esses toques – de Marcélia e meus - pra que os três se revelassem, porque já estavam na iminência da “descoberta” do que é o ator de cinema. O Marcos foi notável como o padre que me pede uma conversa em sigilo. Gina foi fabulosa, no que comenta, com voz preocupada, mas casual,  a situação comigo no alpendre, ou dá instruções pra Antoninha, na hora do café. Ágatha soltou toda a sua malícia – deflagradora da história - no que passa a agir , mefistofélica, na casa grande, colonial,  e em seu casebre de taipa.
Aí foi que tomei, finalmente, gosto total pelo filme. Coisa em que pesou, também, claro, o capricho da cúpula realizadora em cada detalhe, discutido intensamente pelo Laércio, pelo João e por Chris – a assistente de direção -, e Marcélia, preparadora do elenco.
Em cinco dias de trabalho, em tensas e cansativas jornadas que começavam às 5 e meia da manhã e iam, em alguns dias, até às onze da noite, terminamos o filme. Quando tive de repetir minha última participação, já bastante tarde, percebi  - com a faixa abdominal me ajudando a suportar a dor na coluna – que estava, já, por um fio. Se tivesse de fazer mais alguma coisa, me desmantelaria.
Resta, agora, a segunda parte da realização: a edição, a montagem. Mas pelo que vivi no sítio Acauã, de que já sinto enorme saudade, lá em Aparecida, no alto sertão paraibano, sinto que participei de uma pequena obra-prima: Antoninha. Oxente: por que não?

APÊNDICE

Nas filmagens há sempre muita espera, irritação, repetições, ensaios, tédio, conversações. Até que um grito reorganiza o set:
 -  Silêncio, por favor, vamos  começar a rodar!!! Silêêêncio!!!
Há, também, cenas hilariantes, como esta:  o padre do filme chega, no ensaio,  de chapéu, batina, guarda-chuva, pajeado por um moleque.  Conversa comigo, despede-se de mim na soleira da porta  que dá pro alpendre, e o garoto magro – que lhe devolvera chapéu e umbrela - o precede na saída. E aí se dá o inesperado:  ele atravessa  o terraço em três passadas enormes, como um gafanhoto. João ri, com seus grandes dentes, olhos enormes surpresos atrás dos óculos de aros negros:
- Que que é isso, cara? Ande normalmente!
O ator, de dezesseis anos que não aparentam mais que treze, responde, fala difícil de decifrar:
- E eu não andei?
João, rindo:
- Andou porra nenhuma! Suba a soleira de novo. Tá vendo como tu tá foste pra aí andando diferente? Esse é o normal. Você ta andando na cena assim, ó – e o imita, causando gargalhadas ao redor. – Mas vamos ensaiar de novo.
Voltamos todos à sala, o menino, o padre e eu, nessa ordem, esperando a palavra ação.
- Ação!
E lá vai o menino cruzando o Alpendre do mesmo jeito, as pernas duras feito as de um compasso.
João morre de rir, e todo mundo o acompanha:
- Caralho, garoto!  Venha daí até aqui pra gente você ver você andar. Vem, vem, vem:  “Ação!”
E lá vem o garoto, do mesmo jeitão doido.
- Tá certo agora?
- Tá certo de jeito nenhum. Olhe, faça de conta que nenhum de nós tá aqui, com essa câmera, essas luzes, microfones. Tão só você, o coronel e o padre. Entendeu? Aí você vê os dois apertando as mãos, se despedindo, desce na frente deles. Lembrando-se de que não há ninguém mais nesse terraço. OK?
- OK.
E lá vai: a assistente de direção grita:
- Atênção, silêncio, vamos rodar. Luz? Som? Câmera? Ação!!!
O desgraçado, pela primeira vez, desce corretamente. Até o meio da travessia, pois aí vira o rosto para o João, que está com a câmera, e pergunta:
- Assim?
Gargalhei durante meia hora, no quarto do hotel, à noite, tomando uma cerveja, sozinho, lembrando-me disso.